Tudo o que você precisa saber para conhecer as praias rurais de Itacaré

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Você já deve ter lido bastante sobre as praias da cidade de Itacaré, mas provavelmente não sabe chegar nas praias rurais de Itacaré, um pouco mais afastadas do centro. Por isso resolvi escrever esse post de hoje! Pegue todas as dicas e não deixe de conhecer esse paraíso!

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Se você ainda não conhece o Caminho das Praias de Itacaré, não deixe de ler o post: Descubra o famoso Caminho das Praias de Itacaré

Para acessar essas praias, você precisa fazer trilhas não muito longas, mas que dificultam um pouco o acesso e podem te deixar um pouco perdido. Li na internet, que houve um tempo em que os assaltos nessas trilhas eram frequentes, o que não posso garantir que ainda aconteça.

De qualquer forma, achei melhor fechar o passeio com guia, até porque estava sem carro e precisava chegar no local onde a trilha começa, que fica bem no meio da estrada. Foi a melhor coisa que fiz!

Um outro ponto positivo do guia é que o carro me deixou na entrada para a primeira praia e me buscou já na última praia, enquanto quem vai dirigindo, precisa retornar para a primeira para pegar o carro e voltar. Tudo isso conta para a sua segurança e conforto nesse passeio, que dura algumas horas (saí do hotel às 9h e retornei às 15h).

Praia da Engenhoca

Essa é a primeira praia entre as quatro praias da trilha. Bem isolada, você leva uns 20 minutos para chegar da estrada até a areia (tem estacionamento ali no acesso no km 12 da rodovia BA-001, sentido Ilhéus). Continue sempre pelo caminho reto pois virando a direita, você pula a Engenhoca e chega no Havaizinho. No final dessa trilha, há um quiosque onde pode-se comer tapioca ou beber uma água de coco, mas ele só funciona na alta temporada.

Micael, o guia, me explicou que começou a ser construído um super resort ali no meio da trilha, que seria o segundo hotel 6 estrelas do mundo na época, atrás apenas do The Palace Sun City na África do Sul. Acontece que seriam destruídas milhares de árvores, numa enorme área verde e ainda preservada, e por isso o projeto foi embargado. Mas você ainda pode ver algumas construções iniciais do que seriam os bungalows do hotel no seu trajeto até a praia.

Chegando lá, você vai notar que a areia é bem escura no início da praia, e que ali vivem milhares de siris - dá pra ver pelos buraquinhos! Passando essa parte da areia escura, você chega mais perto do mar, onde provavelmente verá diversos surfistas aprendizes com suas longboards, que estão ali por conta da Escolinha de Surf da Engenhoca. Acredito que este seja um ótimo lugar para aprender, por ser mais isolado do que as praias de dentro de Itacaré, onde há muitos "locais" disputando ondas com turistas, conforme falei antes. As ondas são longas e cheias e a praia é extensa, o que permite que você se posicione na sua própria onda com segurança.

Minha dica para quem não surfa é: caminhe até o final da praia, onde você encontrará umas pedras bem bonitas. Você pode achar que não tem nada do outro lado, mas há um outro mundo com piscininhas naturais e uma vista incrível. Então já sabe, suba essas pedras e chame todo mundo que está com você pois vale muito a pena! Você não precisa demorar muito ali: dê um mergulho para ver os peixinhos como eu fiz, ou observe-os de fora das piscininhas mesmo ou apenas sente nas pedras para observar os surfistas. O importante é não deixar de conhecer esse spot super escondido na Engenhoca.

Praia do Havaizinho

Para continuar para as outras praias, você vai seguir uma mesma trilha. No dia que fui o tempo estava meio confuso: chovia, abria o sol, depois nublava e abria o sol de novo. Mesmo assim, a lama não atrapalhou os 10 minutinhos de caminhada mesmo de chinelo, até a outra praia.

Chegando no Havaizinho, você vai notar que é uma enseada bem pequena com algumas barracas. Caso esteja com fome, indico comer por ali mesmo, como eu fiz. Caso contrário, você só encontrará outro restaurante na Praia do Itacarezinho - e eles cobram consumação mínima de R$50 por pessoa, apesar de ser bem interessante (vou mostrar mais a frente).

Parei na primeira barraca, a Barraca do Bizoro - e não é que tinha besouros por lá mesmo? Pedi um peixe frito que vinha acompanhado com farofa, arroz e vinagrete por R$50. Mas reparem como vinha bem servido - dava para 2 pessoas comerem bem. O coco para acompanhar vinha com muita água (R$5). Sabe aqueles cocos que não acabam nunca? Ou seja, dá pra comer super bem sem pagar caro!

Foi difícil deixar essa praia pois gostei muito do clima dela, apesar de nem ter mergulhado ali (fiquei só na comilança mesmo)! Mas essa praia possui ondas ocasionalmente e recifes de corais para observar, então você pode e deve se aventurar nesse mar! Para continuar a trilha, é só seguir à direita da praia, olhando para o mar, onde há umas palmeiras lindas. Ali por trás você continua até a praia da Gamboa pelo morro da Camboinha.

Praia da Gamboa

Continuação da Praia do Havaizinho, a Gamboa também é conhecida como Praia da Camboinha. É uma pequena enseada, sem nenhuma infra-estrutura. No dia que fui, a maré estava tão baixa que era até difícil observar as condições do mar, mas ao mesmo tempo formava um espelho na areia que dava um visual muito bonito.

Praia do Itacarezinho

A última praia da trilha (ou a primeira caso você comece de baixo para cima) é a Praia do Itacarezinho. Com 3,5km de extensão, o acesso à ela é bem fácil por conta do estacionamento no seu alto, ou seja, você não precisa necessariamente fazer uma trilha para chegar nela. Por isso, é um pouco mais explorada e com melhor infra-estrutura: possui bares e restaurantes, sorveteria, spa e resort. Também é possível chegar de ônibus caminhando uns 30 minutos do ponto.

Os muitos coqueiros, junto ao claro azul do mar dão um toque especial para esta praia, que também é point do mergulho. Há bancadas de corais e cavernas subaquáticas, além ser o refúgio das tartarugas marinhas. Para os surfistas, essa praia também costuma ter boas ondas e uma cascata de água doce na ponta norte, permitindo que termine sua experiência da melhor forma possível.

Aliás, para fechar sua visita à Itacarezinho, não deixe de tomar o sorvete de lá! Confesso que não sei se essa sorveteria tem nome, pois a placa só indica "sorveteria", mas foi ali que eu tomei o melhor sorvete da minha vida! Comecei pedindo uma bola de morango na casquinha, mas fiquei de olho grande e resolvi pedir de manga também, assim como na pintura do lado de fora, reparem! Rs!

Foi a melhor escolha que eu poderia ter feito. O sorvete é bem artesanal e muito saboroso, apesar de não ser tão barato: 1 bola sai por R$10 e duas por R$15, mas a qualidade compensa! Até comprei 1 bola pro Micael, o guia - ele escolheu sabor baunilha! Depois disso, estávamos prontos para ir embora. O carro estava nos esperando ali mesmo para retornar a Itacaré.

Jeribucaçu

Esta é outra praia de Itacaré localizada ao sul: em 6 km na BA-001 haverá uma placa indicando a entrada para uma estrada de terra, então você continua mais 3 km e chega no estacionamento (R$5). Depois, basta fazer uma caminha de 15 minutos por uma trilha de nível fácil, e chegará nessa praia, onde há o encontro do rio Jeribucaçu com o mar.

Com pouca infra-estrutura, mas areia branca, boas ondas e as águas cristalinas do rio, é um lugar perfeito para os amantes da natureza. É possível contratar jangadas para subir o mangue até a Cachoeira da Usina (R$15), outro ponto turístico da região. Não fiz esse passeio, pois como o tempo era curto e eu já havia visitado outra cachoeira, esta fica para a próxima.

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